A Barragem de Vila da
Ponte |
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A aldeia de Vila da Ponte, terra histórica, sede de concelho até
finais do século XIX, e a desde então povoação do concelho de Sernancelhe,
foi sempre uma aldeia albergueira da estrada Guarda - Trancoso - Lamego,
rota já dos tempos romanos, e que tomou uma posição estratégica há séculos
após a construção da sua ponte românica. Tal estrutura granítica comunicou
via estrada desde então, o roteiro atrás referido para a região de Sernancelhe e Penedono,
que até então nos períodos de Invernias com o Távora a transbordar as
margens de água do seu leito, tornavam impossível o transbordo para a rota
tão importante da civilização da altura. |
Na actualidade o benefício deste elo de ligação pelas centenas de anos
referenciadas, tornou a Vila da Ponte um cruzamento de comunicação de
grande importância, muito mais nos tempos actuais.
Vila da Ponte, não no seu aspecto
estratégico de rotas e cruzamentos, sempre foi uma aldeia do concelho de
Sernancelhe que, por acção do homem teve uma feliz inserção
arquitectónica da arte humana com a construção da Ponte
no local mais emblemático da passagem do Távora, e também por
prodígio da natureza conseguiu pelas suas margens e territórios
anexos, uma exuberante proliferação de amieiros, arvores ribeirinhas e
praias naturais com areais dourados limpos e sedutores, que se
mantiveram puros e selvagens por uns bons séculos.
A pescaria à cana, uma arte de caçar proteínas ao longo de milhares de
anos, foi sempre uma riqueza e fonte de pão e alimento, a muitos
naturais da aldeia e pequenas urbes mais adjacentes. |
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No períodos contemporâneos do século XX, as
naturais e maravilhosas e sedutoras praias, associadas a várias represas
com os característicos moinhos movidos à força da água,
passaram a tornar-se espaços importantes de procura e lazer,
essencialmente para aqueles que então emigraram para as grandes cidade
como Lisboa e Porto, e utilizavam Vila da Ponte, sua aldeia natal,
como local de férias e relaxamento.
Todavia o progresso tecnológico e a revolução industrial com a
aproveitamento dos combustíveis fósseis para a produção de energia e
logo pouco depois o investimento desenfreado, sem planeamento e
salvaguarda da natureza, muitos terrenos nobres e mesmo povoações, com a
construção de barragens, vieram a modificar em profundo o ecossistema, e
a real natureza, com a construção |
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desenfreada dos gigantes diques, cujo único
objectivo seria a a produção da energia eléctrica elemento básico para o
progresso e desenvolvimento do "Mundo Industrializado". |
Foi o que aconteceu no concelho de Sernancelhe e
Moimenta da Beira: submersão dos terrenos mais férteis, afundamento das
pontes romanas de ligação de Fonte Arcada ao Vilar e de Freixinho;
destruição da ponte de Vila da Ponte e submersão da Faia.
Todo o eco sistema local e o rio Távora foram modificados, o clima
alterou-se, as paradisíacas praias de areais dourados desapareceram, a
pesca quase que acabou. Muito grave, nas zonas mais a montante e
cobertas pelas águas arrepresadas da barragem, como o caso da Vila da
Ponte, onde a cota mais alta das águas termina, mal haja uma pequena
descida das águas para a transformação eléctrico, que na referida aldeia se
prolonga por muitos meses e às vezes anos, devido à carestia da
pluviosidade, surge a paisagem que dias antes estava num pleno manto de
água, num deserto árido de terra, pedras e areia.
Natureza fria e crua, transformando persistentemente a Vila da Ponte,
tão apelidada "Pérola do Távora"
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em montanhas de terra e
pedregulhos, que empobrecem a paisagem local, mesmo vista a longas
distâncias, como o caso do Miradouro da Senhora das Necessidades.
Nos últimos 20 anos pensou-se em arrepresar as águas de Vila da Ponte pela
cota máxima da Barragem do Vilar no estrangulamento de Freixinho,
aproveitando a ponte de betão local e com os reforços da engenharia mais
apropriados.
Manter-se-ia assim a zona submersa da abrangência de Vila da Ponte
constantemente no mesmo nível, o que minimizaria então os malefícios
ambientais e visuais da baixa das águas, transformando a aldeia,
numa outra feição ou postura, com nova rotulagem de "Pérola do
Távora". |
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1º - O estudo do impacto
ambiental |
2º - A Ponte do Pontigo |
3º - O Reforço da Ponte
nova de Freixinho |
4º - A nova
fisionomia do vale da Vila da Ponte |
5º - O investimento
turístico |
6º - As
imagens que falam por si |
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